Fazenda solar é, como chamamos, uma área de geração de energia que utiliza grandes extensões de terras para captar a luz solar e convertê-la em eletricidade. Ela é composta por um elevado número de painéis, que podem gerar até 3 MW de potência energética.
Legalmente, as Fazendas Solares são enquadradas no regime de Geração Distribuída (GD), especificamente como minigeração (limitada a 3 MW).
É crucial diferenciar a fazenda solar da usina solar, que se enquadra na Geração Centralizada (GC), com instalações de grande porte (muito acima de 3 MW) e que vendem energia em leilões ou no Mercado Livre de Energia.
A eletricidade gerada é conectada diretamente à rede de distribuição, o que ajuda a calcular consumo de energia e, consequentemente, a redução da conta de luz de quem participa de projetos de geração distribuída.
O público-alvo principal para a compra ou aluguel de energia de Fazendas Solares são clientes com faturas mensais elevadas, tipicamente acima de R$ 3.000,00, como comércios, indústrias e agronegócios.
Além disso, ao utilizar a energia proveniente de uma fazenda solar, você contribui para a sustentabilidade, aproveitando uma solução prática e eficiente para diminuir a dependência de fontes de tradicionais e mais caras.
Para saber como funciona, como montar uma fazenda solar, e quais são os benefícios, sobretudo financeiros, continue a leitura!
Como funciona uma fazenda solar?
Uma fazenda solar funciona por meio de uma quantidade significativa de painéis solares, que captam a luz do sol e a convertem em energia elétrica. Esses painéis são ligados a inversores, que transformam a energia gerada em corrente contínua (CC) para corrente alternada (CA), a forma de eletricidade utilizada nas redes de distribuição.
A energia produzida é então direcionada para a rede pública, e pode servir para diversos fins, incluindo o fornecimento de energia para comunidades locais, empresas ou até mesmo para uso agrícola.
Não é incomum que esse tipo de estrutura seja construído em terras agrícolas ou áreas rurais, podendo, inclusive, ser projetada para coexistir com outras atividades, como agricultura.
Esse sistema pode ser conectado à rede pública (sistema on-grid), se houver, ou recorrer a baterias para armazenar todo o excedente de energia gerado durante o dia para ser usado em momentos de baixa produção energética (dias nublados ou à noite). Em áreas remotas e distantes da rede convencional de distribuição, essa é a alternativa mais adotada.
Veja também: como investir em usinas solares e lucrar com isso?
Quais são os benefícios de uma fazenda solar?
Agora que você já sabe como funciona uma fazenda de energia solar, vamos entender suas principais vantagens e benefícios, levando em consideração o aspecto econômico, sustentável e social.
Economia na conta de Luz
A fazenda solar permite reduzir gastos com energia, em uma economia que pode chegar a 95% na conta de luz.
No entanto, é vital notar que este percentual é diretamente afetado pela legislação (Lei 14.300/22), que pode introduzir custos pelo uso da rede para novos projetos, tornando a economia ligeiramente menor do que em sistemas próprios.
Fácil manutenção
A manutenção é prática e de baixo custo. Isso porque os painéis solares têm uma durabilidade longa e necessitam de pouca manutenção, geralmente limitada à limpeza dos módulos (a cada 6-12 meses) para garantir o máximo de eficiência na captação da luz solar.
Baixa emissão de poluentes
A fazenda solar utiliza uma fonte de energia limpa, o que significa que a geração de eletricidade não emite gases poluentes. Esse processo ajuda a reduzir a pegada de carbono e contribui para a preservação do meio ambiente, tornando a energia solar uma opção cada vez mais bem vista no mercado, além de gerar impactos positivos da energia solar no combate às mudanças climáticas.
Legislação acerca geração distribuída
Entender a legislação sobre geração distribuída é essencial para quem deseja investir em energia solar. As regras definem direitos, incentivos e prazos, garantindo que sua fazenda solar funcione de maneira legal e vantajosa a longo prazo.
Resolução Normativa 482/2012
A RN 482/2012 foi estabelecida pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica). Essa resolução criou as regras para a geração distribuída, permitindo que consumidores de energia, tanto empresas quanto casas, gerem sua própria eletricidade a partir de fontes renováveis e enviem o excedente à rede pública, recebendo créditos em troca.
Resolução Normativa 687/2015
Atualizando a resolução de 2012, a RN 687/2015 ampliou as regras e as possibilidades para os consumidores que desejam participar da geração distribuída.
Essa norma flexibilizou a participação de consórcios e cooperativas, permitindo que várias pessoas ou empresas se unam para instalar uma fazenda solar e compartilhem os benefícios da energia gerada. É importante saber que o Consórcio é destinado apenas a Pessoas Jurídicas (CNPJs), enquanto a Cooperativa permite a associação de Pessoas Físicas e Jurídicas.
Marco Legal da Geração Distribuída (Lei 14.300/22)
A Lei 14.300/22 consolidou o setor e garantiu segurança jurídica para quem investe em energia solar e outras fontes renováveis.
Ela define prazos para a transição de regras tarifárias, estabelecendo que sistemas instalados até 2023 manterão as regras de compensação de energia até 2045, o que incentivou novos projetos de fazendas solares.
Impacto da taxação do Fio B para novos projetos
Para projetos homologados após o prazo de transição, a Lei 14.300/22 alterou o sistema de compensação ao introduzir a cobrança parcial do Fio B, que é o custo de uso da rede de distribuição.
Para mitigar o impacto do Fio B e garantir a rentabilidade, a estratégia central é a maximização da simultaneidade de consumo. A simultaneidade refere-se à energia que é gerada e consumida no exato momento da produção, antes de ser injetada na rede. A cobrança incide apenas sobre o excedente injetado.
| Perfil do Consumidor | Simultaneidade Média (%) | Implicação no Fio B |
| Residência Padrão | 30% | Maior energia injetada, maior impacto. |
| Comércio | 50% | Equilíbrio na injeção de energia. |
| Indústria/Grandes Clientes | 70% | Menor energia injetada, menor impacto do Fio B. |
Análise de viabilidade, rentabilidade (ROI) e mitigação dos 7 riscos essenciais
Para o investidor, o foco não é apenas na economia de energia, mas na solidez financeira. A fazenda solar oferece um alto potencial de rentabilidade:
- Rendimento esperado: a rentabilidade média anual situa-se entre 15% e 30% ao ano (cerca de 1,2% a 3,5% ao mês).
- Payback (ROI): o prazo de retorno do investimento para projetos on grid é geralmente de 3 a 4 anos.
| Risco potencial | Detalhamento e implicações | Estratégia de mitigação |
| 1. Riscos Financeiros | Custos iniciais elevados (a partir de R$ 400 mil para GD) e sensibilidade do ROI a variações de mercado. | Realizar um estudo de viabilidade econômica detalhado e planejado. |
| 2. Riscos Técnicos | Falhas de equipamento (inversores), degradação dos painéis e risco de tecnologia obsoleta. | Investir em tecnologias atualizadas e contratar fornecedores com garantias extensas e suporte técnico. |
| 3. Riscos Operacionais | Intermitência solar (dias nublados), sazonalidade e perda gradual da eficiência energética. | Utilizar sistemas de monitoramento avançado e manutenção preventiva (limpeza a cada 6-12 meses). |
| 4. Riscos Regulatórios | Mudanças na legislação (Lei 14.300/22 e taxação do Fio B) e complexidade burocrática (homologação, ICMS estadual). | Trabalhar com consultorias especializadas para garantir a conformidade legal e minimizar impactos regulatórios. |
| 5. Riscos de Mercado | Alta concorrência no mercado de Geração Distribuída e dependência de incentivos. | Diversificar a carteira de clientes, focando em alta simultaneidade (Indústrias) e eficiência operacional. |
| 6. Risco ao Investidor | Falta de expertise técnica para gerir o projeto e realizar a conexão com os consumidores. | Escolher modelos de investimento passivo, como o Arrendamento (renda recorrente e gestão simplificada). |
| 7. Riscos Ambientais e Sociais | Ocupação de grandes áreas de terra e potenciais conflitos com comunidades locais e perda de habitats naturais. | Realizar estudos de impacto ambiental e promover um diálogo transparente com a comunidade local. |
Como montar uma fazenda solar?
Em geral, montar uma fazenda solar envolve alguns requisitos importantes, como:
- a escolha de um terreno adequado;
- o dimensionamento correto do sistema;
- a instalação dos painéis solares;
- conexão com a rede elétrica.
Além disso, o local deve receber boa incidência solar durante o ano, e o projeto precisa ser aprovado pela concessionária de energia local.
Quanto aos custos, o investimento inicial pode variar, dependendo do tamanho e da complexidade do sistema, mas os benefícios a longo prazo sempre compensam, com retorno estimado em 5 anos.
E não é só casas, propriedades rurais e empresas que podem se beneficiar da energia solar: os carros elétricos também podem — e já são uma tendência em termos de sustentabilidade na tecnologia.Se você está pronto para investir em energia limpa, que tal ter o apoio de quem entende do assunto? Entre em contato com a Descarbonize. Nossa equipe especializada vai te ajudar a planejar, instalar e manter sua fazenda solar de forma segura e eficiente!


